sábado, 5 de julho de 2025

Brinquedo de Gaveta



Tem uma definição que há muitos eu uso para me referir à pessoas que tratam as outras como objetos, que é o brinquedo que se pega no armário quando se está entediado, o brinquedo de gaveta.

Por quê a definição de brinquedo? Porque é quando uma criança, que está sem o que fazer, faz para passar o tempo. Só que há pessoas que fazem isso com outras, e não se trata de crianças. Essa é a definição para aqueles que se lembra de você apenas no momento de solidão, de tristeza, de tédio.

Na juventude, é quando querem se divertir, serem entretidos, serem divertidos por outros. Na idade adulta, é quando estão com conflitos internos ou mesmo solidão. Isso ocorre em relacionamentos familiares, de amizades e de namoro.

Aquele amigo que se lembra de você nos momentos que não tem ninguém pra sair, mas basta ter alguém que rápido esquece de você. Você deixa de ser prioridade. A simpatia, a alegria, a sociabilidade não passam de verniz. Mas o bom coração à procura de alguém é facilmente enganado por isso.

Tem também aquele que não tem ninguém pra desabafar seus problemas, mas basta também você ter problemas, que ele logo arranja um jeito de dizer que não está bem, que está sem tempo ou de forma apressada reduzir o seu problema à algo simples, como uma solução fácil para ele não ter que ter trabalho em tentar te ajudar, porque esse não é seu objetivo.

Na juventude, existem os 'amigos' que te trocam quando arranjam companhia, o abandono por namoro, faculdade ou trabalho, ou quando o grupo do qual vocês fazem parte não existe mais. Isso claro, eu me refiro aos amigos próximos, aonde ambos frequentam as residências de um e de outro e dividem tempo juntos em chats, chamadas de voz ou telefonemas.

A vida, com certeza afasta as pessoas pelo tempo, pelas dificuldade do cotidiano, mas eu me refiro à mudança repentina, seguida de mentira. Promete que quando se mudar pra sua cidade irá sair com você, e finge que você nem existe. Diz estar ocupado pra sair, mas se reúne com todos os amigos próximos à vocês, menos com você. Diz te considerar, mas basta um término de grupo para te excluir das redes sociais.

Se ainda há motivos para o afastamento, uma mágoa, uma briga, uma desavença, uma decepção, existe compreensão, mas sair de uma amizade longa e divertida para um afastamento repentino, não é coisa de gente de caráter.

Há aqueles também que ouvem mentiras e fofocas sobre você, e são tão seus amigos, que em vez de virem falar com você, preferem acreditar no fofoqueiro. Esses também nunca foram amigos. Também tem o caso daqueles que sentem que agora são adultos, e precisam se afastar de todos aqueles amigos 'jovens' ou com atitudes de adolescentes, porque agora precisam construir uma carreira. Esses eu não considero maus-caracteres, considero sociopatas mesmo, porque há a ausência de sentimento e empatia.

Mas eu acabei saindo um pouquinho do foco, fui do brinquedo de gaveta para o brinquedo no lixo (risos). Ambos trazem mágoa, mas os mais maquiavélicos são sem dúvida os que te guardam na gaveta, porque isso causa uma falsa esperança. Eles te usam como querem, porque são fracos o suficiente para enfrentarem a realidade da vida sem precisarem se escorar em alguém que podes lhe servir como alento em um futuro solitário. É bem parecido com quem comete adultério, a pessoa não está bem no relacionamento, vai procurar outro alguém para lhe dar atenção, mas não quer se desfazer do parceiro, porque pode não dar certo sua aventura e tem medo de acabar sozinho. Manipula como pode a relação à seu bel prazer, mas ter a coragem de fazer uma mudança íntima para o relacionamento funcionar melhor ou para terminar o relacionamento, não tem.

Os amigos que te usam como brinquedo de gaveta, que lembram de você apenas quando estão sós, nunca vão se preocupar com o que você realmente sente. Pra eles, você é um adorno, um canal de comunicação, um padre na sacristia, um bot de IA, não existe o 'você', existe apenas o 'ele'. Não se preocupam em se reformularem para sentirem pelo outro, resumem-se apenas em dizer que são como são e que é uma pena o outro não lidar com a sua personalidade, sem ao menos por a mão na consciência e pensar o quanto está usando, sendo frio, desigual e sem sentimentos com o outro. E geralmente essas pessoas que usam o outro como brinquedo, são aquelas que sempre se sentirão infelizes, porque ninguém, nem os amigos mais serviçais, lhes suprirão as necessidades. Egocentrismo, egolatria e narcisismo estão ligados à essas pessoas.

Dentro do arquétipo 'brinquedo de gaveta', há ao meu ver, dois tipos de indivíduos: os que te descartam quando você reage à essa 'relação' e os que mentem e omitem para continuarem agarrados à você. Mas nenhum dos dois se importa de verdade com o que você pensa, a diferença é que um não tem a válvula do apego e o outro sim. Podemos dizer que são diferenças de personalidade, uma mais orgulhosa, reativa e a outra mais deprimida e depreciativa.

Acho que todas essas pessoas, além de não terem empatia, não sabem o que é o amor. Eu não vou ser hipócrita e dizer que sei, porque estarei mentindo. Mas que sejam honestas com elas mesmas e com os outros pra mostrarem suas reais intenções e seus reais defeitos para não causarem estragos ainda maiores. O ponto é que, se houvesse minimamente essa preocupação, seriam pessoas menos piores e causariam menos estrago do que já causam.

Acredito que existam dois tipos de pessoas no mundo, as que tentam ver coisas boas e similaridades as suas nos outros e aquelas que querem ganhar vantagem em tudo, seja usando ou manipulando às pessoas à sua volta. Acho que é um caso perdido. O balanço mais triste no final, é que aquelas que tinham bons sentimentos, começam a se questionar se realmente vale a pena se doar para os outros e receber o desprezo de volta. Temos só um 'coração', precisamos tratá-lo bem, seja na companhia de alguém, seja na solitude da paz. Qual a sua escolha?

sábado, 26 de abril de 2025

Deus é de Direita ou de Esquerda?



A primeira coisa que se julga é a sociedade de consumo, porém, o plano espiritual não é semelhante ao nosso. Lá eles vivem sem a necessidade de sobrevivência, do alimento e do abrigo. Nesse quesito, se aproximariam mais do pensamento de esquerda socialista, que prega o desapego, a estagnação financeira em detrimento da igualdade de posses e dos demais.

A ideia de veganismo e proteção ao meio ambiente, também caíram no colo da esquerda, alegando proteção às almas da fauna e da flora.

Já a ideia no campo dos costumes cairia no colo da direita. Aborto, liberação de drogas, prostituição e benevolência com criminosos, denigrem a essência de alma, vida, moralidade e evolução, defendidos pelas religiões.

Agora, podemos desenvolver melhor essa percepção política sobre o plano espiritual.


Primeiramente, por sermos seres materiais, precisamos da materialidade e do consumo para sobrevivermos. Se alimentar, se proteger de predadores, se abrigar do frio e do calor. Esse é o mundo que Deus criou, e a partir dele que podemos evoluir como alma, começando pelo desenvolvimento humano.

O desenvolvimento como sociedade, buscando melhor forma de consumo e conforto, é fundamental para crescermos intelectualmente, e automaticamente fisica e emocionalmente, podendo erradicar problemas de saúde e do campo emocional que nos cessam a longevidade e a qualidade de vida.

Em contra partida, o desenvolvimento imobiliário sobre as florestas e o consumo de proteína animal que nos trazem a força de vida, são fundamentais para nossa sobrevida.


Isso contraria a ideia espiritual de materialismo e consumismo. Partindo desse pressuposto, os fatos materiais são os que propiciam a vida e desenvolvimento na Terra, que por sua vez proporcionam a encarnação humana que trará o progresso necessário. E quanto mais desenvolvido esse sistema, mais tempo de vida e auto esclarecimento teremos, e mais evoluído seremos, segundo a visão de algumas religiões.

Então, qual o mal do materialismo e consumismo? Nenhum. O que acontece é que há muitos a religião foi politizada! Os conceitos se distorceram.

A religião nunca combateu nenhuma ideia de consumo ou forma de sociedade, desde tempos antigos, como no feudalismo e no mercantilismo. O combate da maioria das religiões sempre foi ao vazio da alma, que por sua vez é preenchido com qualquer tipo de vício, seja ele por bens de consumo (alimentos, eletrônicos, jogos) ou até mesmo guerras. Isso não esta subscrito à sociedade de consumo moderna pós-industrial.

Compreendendo isso, os meios não justificam os fins. O vazio gera a busca por algo ou alguém que possa lhe entreter para suprir sua falta de criatividade pela vida. Como o mundo espiritual vai fazer essa falta de interesse pela vida cessar é que é o desafio. Mas não é o tema dessa postagem.


A mesma ideia de vazio se aplica ao campo dos costumes. Se eu não quero dar continuidade à uma vida dentro de mim ou quero que um dependente químico perca a vida, não há diferença alguma para quem quer a polícia exterminando criminosas ou governos criando guerras sangrentas. O vazio e a apatia da alma estão presentes nos dois polos políticos.

Porém, como o mundo espiritual, por não ter a necessidade da sobrevivência, proteção e abrigo, se alinha melhor ao pensamento de desapego da esquerda, no caso dos costumes, se alinha mais ao pensamento de direita, e vou explicar o porque.

Na religião, na cristandade principalmente, respeito à vida desde sua concepção, respeito a sobriedade da mente e respeito a moral humana, estão presentes através dos laços e sacramentos familiares, do respeito ao que é dos outros e do amor a vida que Deus nos deu. Isso baliza a moralidade conservadora que renega tudo que denigra a vida e os laços entre as pessoas. Logo, drogas, prostituição, vida libidinosa e promíscua, aborto e criminalidade são combatidas.


Claro que o respeito pelo próximo ou por quem sofre no mal caminho, também fazem parte do conceito espiritual. Como o próprio Jesus exemplificava em sua conduta, sempre estendendo à mão para quem sofrer sem julgar. A parte que alguns entes políticos não mencionam é o fato de Jesus não abrir mão de seus princípios em troca do respeito e ajuda aos outros. Jesus encarna bem a ideia burkiana sobre o conservadorismo, que é o progresso sem abrir mãos dos seus princípios. É a prudência.

É sedutor deixar seus princípios de lado por causas de liberdades que parecem nobres, porque falam do sofrimento humano (abordei o tema no post anterior no Blog). Porém, é a maturidade que se constrói pelo exemplo do que dá ou não dá frutos, que vai te balizar fora do atrativo precipício do sedutor relativismo dos desgarrados.

A minha conclusão é que, Deus está mais ao lado dos que preenchem suas almas de vida, do que conceitos e caixinhas ideológicas criadas dentro da sociedade humana, e aí não importa sua religião ou ideologia, se é casado ou solteiro, se vive com uma vida consumista estagnada ou avançada, mas sim se estende seus braços sem olhar à quem, se constrói laços e exemplos construtivos e inspiradores na vida alheia.

Se o mundo material ainda é ligado à morte, dor e apego físico, isso é só um meio rústico finito para uma liberdade importante na evolução da existência, e se as coisas são assim, transformemos nas no melhor que podemos (e que dá certo), sem nos preocuparmos com um mundo diferente do nosso, aonde as necessidades materiais não mais existe.

Como disse um dia certo alguém: "as pessoas vivem no mundo físico pensando como será o mundo espiritual, e vivem no mundo espiritual pensando como será o mundo físico."

Que possamos viver uma coisa de cada vez e nos condicionarmos à realidade que estamos. Termos conforto, dinheiro, bens, não nos tornam ruins, porque são meios de chegarmos à paz que precisamos para externalizar nossa felicidade e nosso prazer que nos engrandecem a alma. Ruim é não conseguirmos em hipótese alguma, na pobre ou na riqueza, na simplicidade ou na complexidade, encontrarmos a felicidade.

O objetivo da vida é a felicidade, e pra isso precisamos de criatividade, de fazer uma quarta virar domingo, um projeto novo nascer, um sorriso por algo simples surgir, e reinventarmos sempre que possível nossos caminhos, por mais dolorosas que possam ser certas fases que passamos. Alcançando isso, independente de onde vivamos, de que estilo ou filosofia de vida tenhamos, estaremos no caminho certo.

Resta termos sempre essa força para não nos perdermos nas fraquezas que a vida nos intui a ter. É aqui que entra Deus e o mundo espiritual, que sem querer misturamos com política, mas que sua única valia é a força que nos dá para continuarmos nossos caminhos, independente de nossa causa ideológica.

quinta-feira, 20 de março de 2025

A Sedução dos Libidinosos



Esse discurso é e sempre será atraente, tamanha a sua sedução. Isso é um fato, pois ele fala tudo o que você quer ouvir.

Hoje, assistindo a um PodCast, ouvi a história de uma ex-prostituta que hoje faz Only Fans, e que relativizando a crença em Deus, como a moral, princípios e valores, trouxe com sedução uma ideia de realidade que começa atraente e termina como catástrofe.

Não desrespeito a história dessa pessoa, e nem tão pouco quem ela defende, mas o desfecho dessa história é um fracasso factual, que no final traz os sensatos de volta para consertar toda a cagada que essa gente vende.

O insight que me veio foi o seguinte: A história dessa mulher, é a história da mulher de vida libidinosa que um dia na beira da morte, encontra Jesus. Desapontada com a igreja, relativiza a moral religiosa e resolve seguir seu próprio caminho, voltando para a prostituição, hoje de forma mais confortável, porém com as propostas seguindo em oculto, e relativizando a ideia de vida correta.

Em paralelo, quer entrar na vida pública para proteger as garotas de programa (vulgo incentivo?). Vendida como uma mulher de costumes em um passado recente, hoje defende valores liberais de uma forma sedutora e com contundência.

A partir daí, peguei um aglomerado de ideias desse grupo ao qual ela faz parte e comecei a pensar sobre isso.

 
A defesa sedutora da prostituição, que por um lado defende a liberdade da mulher à usar seu corpo, mas por outro mostra o quanto está aprisionada ao desejos dos homens, começa por relativizar a essência da alma. Se o contato íntimo e o sexo tornam-se apenas negócio, o que sobra de essência na vida dessa pessoa? O íntimo se torna supérfluo, então o poder de liberdade se torna a morte da essência.

Já ouvimos muito a história de pessoas com vidas libidinosas nos aconselhando a não seguir seus caminhos. Há alguma dúvida nisso?

Essa mesma pessoa em questão que envolve o tema da postagem, também já entrou pro mundo das drogas. Foi ruim pra ela. Mas não há uma defesa contra as drogas por parte dela. Destrói mentes, almas e corações. Vicia, te tira do prumo, destrói famílias. Mas o discurso sedutor de outros é novamente da liberdade. Curtir novas sensações, mente aberta para novas experiências e prazeres. O que destrói nunca se apresenta como mal. O ditador severo não é um personagem de desenhos da Disney ou de animações japonesas. A vida não é definitivamente um conto de fadas.

No mesmo discurso da tal pessoa, veio uma de suas passagens, na qual ela fala da evangelização nas cadeias. Diz ela que o bandido nasce em uma família de bandidos, não tem chance de ser diferente. Vítima da sociedade? Tem olhos, ouvidos e cérebro como todo mundo e foi obrigado pelas circunstâncias sociais e familiares a ser bandido? Isso é ofender o pobre digno trabalhador e os nobres de coração que se erguem em famílias destruídas. Mais discurso sedutor para os ouvidos dos outros.

Só faltou dizer que o dinheiro é o mal. Disse que não traz felicidade (concordo), mas falar mal dele seria demais, já que essa mesma pessoa é milionária. Mas se vai entrar pra vida pública, logo flerta com o discurso de concentração e redistribuição de riqueza, mas claro, falando isso de seu apartamento em Miami.



A moral da história é que, esse discurso amanhã vende liberação de drogas, criando cracolândias, como acontece em muitos locais dos Estados Unidos, liberação de pequenos furtos, incentivo à prostituição e sexualidade precoce, e o aborto, ceifando vidas inocentes, as vezes de formas bastante cruéis, interrompendo gravidezes de até nove meses, como acontece em Illinois, EUA. Um mundo desses, como por exemplo acontece no estado da Califórnia, nos EUA, é acompanhado de altos impostos para manter toda essa baderna, e o tão famigerado combate à riqueza que expulsa criadores de empregos de lá.

No final, quando o caos urbano toma conta, corroendo os valores, os princípios e as relações familiares, quem salva são aqueles demonizados como os corretos, os caretas, os religiosos, os moralistas e os matemáticos de economia, que tentaram seguir, mesmo com os sofrimentos e descontentamentos que todos nós seres humanos temos, o caminho daquilo que é por séculos (e alguns até por milênios) o que de fato dá certo e traz solidez pra sociedade.

As pessoas que sofrem na futilidade e libidinagem, o que muitas vezes ocorre em momentos específicos e passageiros da vida, devem ter nosso apoio. Mas romantizar a destruição de valores e da própria essência não faz a mentira se tornar verdade, nem a dor se tornar cura, ao contrário, só dificulta as pessoas a se reerguerem de uma vida que de forma comprovada está lhes trazendo prejuízo.

Seria mais honesto por parte dos sedutores da futilidade dizerem que se contentaram com suas realidades, porque não conseguiram ser diferentes, do que vender isso como sendo o caminho virtuoso e propositivo. É vender mentira.

Pra terminar, essa mesma pessoa em questão, tema da nossa postagem, disse que sua quase morte que a converteu para a religião, mostrou que seu caminho estava errado, que só fez coisas errados no passado e que existia um vazio muito grande dentro de si. E a única coisa que se lembrou nesse momento de quase morte, foi de seu filho, ou seja, do laço, da família. Mas resolveu voltar pro mundo libidinoso do qual sua alma era triste, porque preferiu jogar fora seus valores, por ter se descontentado com religiosos de má índole.

Moral da história, ela própria demonstrou que o caminho da sedução libidinosa é uma escolhe, mas prefere vender como uma condição. E que a falta de essência em sua alma não serviu para ela buscar a verdade, mas para vender a mentira em forma de lacuna para cobrir suas decepções, ou mesmo sua falta de coragem ou comodismo financeiro.

Total de visualizações de página