
A primeira coisa que se julga é a sociedade de consumo, porém, o plano espiritual não é semelhante ao nosso. Lá eles vivem sem a necessidade de sobrevivência, do alimento e do abrigo. Nesse quesito, se aproximariam mais do pensamento de esquerda socialista, que prega o desapego, a estagnação financeira em detrimento da igualdade de posses e dos demais.
A ideia de veganismo e proteção ao meio ambiente, também caíram no colo da esquerda, alegando proteção às almas da fauna e da flora.
Já a ideia no campo dos costumes cairia no colo da direita. Aborto, liberação de drogas, prostituição e benevolência com criminosos, denigrem a essência de alma, vida, moralidade e evolução, defendidos pelas religiões.
Agora, podemos desenvolver melhor essa percepção política sobre o plano espiritual.
Primeiramente, por sermos seres materiais, precisamos da materialidade e do consumo para sobrevivermos. Se alimentar, se proteger de predadores, se abrigar do frio e do calor. Esse é o mundo que Deus criou, e a partir dele que podemos evoluir como alma, começando pelo desenvolvimento humano.
O desenvolvimento como sociedade, buscando melhor forma de consumo e conforto, é fundamental para crescermos intelectualmente, e automaticamente fisica e emocionalmente, podendo erradicar problemas de saúde e do campo emocional que nos cessam a longevidade e a qualidade de vida.
Em contra partida, o desenvolvimento imobiliário sobre as florestas e o consumo de proteína animal que nos trazem a força de vida, são fundamentais para nossa sobrevida.
Isso contraria a ideia espiritual de materialismo e consumismo. Partindo desse pressuposto, os fatos materiais são os que propiciam a vida e desenvolvimento na Terra, que por sua vez proporcionam a encarnação humana que trará o progresso necessário. E quanto mais desenvolvido esse sistema, mais tempo de vida e auto esclarecimento teremos, e mais evoluído seremos, segundo a visão de algumas religiões.
Então, qual o mal do materialismo e consumismo? Nenhum. O que acontece é que há muitos a religião foi politizada! Os conceitos se distorceram.
A religião nunca combateu nenhuma ideia de consumo ou forma de sociedade, desde tempos antigos, como no feudalismo e no mercantilismo. O combate da maioria das religiões sempre foi ao vazio da alma, que por sua vez é preenchido com qualquer tipo de vício, seja ele por bens de consumo (alimentos, eletrônicos, jogos) ou até mesmo guerras. Isso não esta subscrito à sociedade de consumo moderna pós-industrial.
Compreendendo isso, os meios não justificam os fins. O vazio gera a busca por algo ou alguém que possa lhe entreter para suprir sua falta de criatividade pela vida. Como o mundo espiritual vai fazer essa falta de interesse pela vida cessar é que é o desafio. Mas não é o tema dessa postagem.
A mesma ideia de vazio se aplica ao campo dos costumes. Se eu não quero dar continuidade à uma vida dentro de mim ou quero que um dependente químico perca a vida, não há diferença alguma para quem quer a polícia exterminando criminosas ou governos criando guerras sangrentas. O vazio e a apatia da alma estão presentes nos dois polos políticos.
Porém, como o mundo espiritual, por não ter a necessidade da sobrevivência, proteção e abrigo, se alinha melhor ao pensamento de desapego da esquerda, no caso dos costumes, se alinha mais ao pensamento de direita, e vou explicar o porque.
Na religião, na cristandade principalmente, respeito à vida desde sua concepção, respeito a sobriedade da mente e respeito a moral humana, estão presentes através dos laços e sacramentos familiares, do respeito ao que é dos outros e do amor a vida que Deus nos deu. Isso baliza a moralidade conservadora que renega tudo que denigra a vida e os laços entre as pessoas. Logo, drogas, prostituição, vida libidinosa e promíscua, aborto e criminalidade são combatidas.
Claro que o respeito pelo próximo ou por quem sofre no mal caminho, também fazem parte do conceito espiritual. Como o próprio Jesus exemplificava em sua conduta, sempre estendendo à mão para quem sofrer sem julgar. A parte que alguns entes políticos não mencionam é o fato de Jesus não abrir mão de seus princípios em troca do respeito e ajuda aos outros. Jesus encarna bem a ideia burkiana sobre o conservadorismo, que é o progresso sem abrir mãos dos seus princípios. É a prudência.
É sedutor deixar seus princípios de lado por causas de liberdades que parecem nobres, porque falam do sofrimento humano (abordei o tema no post anterior no Blog). Porém, é a maturidade que se constrói pelo exemplo do que dá ou não dá frutos, que vai te balizar fora do atrativo precipício do sedutor relativismo dos desgarrados.
A minha conclusão é que, Deus está mais ao lado dos que preenchem suas almas de vida, do que conceitos e caixinhas ideológicas criadas dentro da sociedade humana, e aí não importa sua religião ou ideologia, se é casado ou solteiro, se vive com uma vida consumista estagnada ou avançada, mas sim se estende seus braços sem olhar à quem, se constrói laços e exemplos construtivos e inspiradores na vida alheia.
Se o mundo material ainda é ligado à morte, dor e apego físico, isso é só um meio rústico finito para uma liberdade importante na evolução da existência, e se as coisas são assim, transformemos nas no melhor que podemos (e que dá certo), sem nos preocuparmos com um mundo diferente do nosso, aonde as necessidades materiais não mais existe.
Como disse um dia certo alguém: "as pessoas vivem no mundo físico pensando como será o mundo espiritual, e vivem no mundo espiritual pensando como será o mundo físico."
Que possamos viver uma coisa de cada vez e nos condicionarmos à realidade que estamos. Termos conforto, dinheiro, bens, não nos tornam ruins, porque são meios de chegarmos à paz que precisamos para externalizar nossa felicidade e nosso prazer que nos engrandecem a alma. Ruim é não conseguirmos em hipótese alguma, na pobre ou na riqueza, na simplicidade ou na complexidade, encontrarmos a felicidade.
O objetivo da vida é a felicidade, e pra isso precisamos de criatividade, de fazer uma quarta virar domingo, um projeto novo nascer, um sorriso por algo simples surgir, e reinventarmos sempre que possível nossos caminhos, por mais dolorosas que possam ser certas fases que passamos. Alcançando isso, independente de onde vivamos, de que estilo ou filosofia de vida tenhamos, estaremos no caminho certo.
Resta termos sempre essa força para não nos perdermos nas fraquezas que a vida nos intui a ter. É aqui que entra Deus e o mundo espiritual, que sem querer misturamos com política, mas que sua única valia é a força que nos dá para continuarmos nossos caminhos, independente de nossa causa ideológica.
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